terça-feira, 11 de julho de 2017

VERMEER - O MESTRE DA HARMONIA E DO EQUILÍBRIO

Nicéas Romeo Zanchett 

                       Johannes Vermeer nasceu em Delf, na Holanda, em 1632 e faleceu na mesma cidade em 15 de dezembro de 1675. 
                       Esse grande gênio da arte universal ainda é quase um mistério;  inscrito na guilda em 1663, é citado em 1672 como um simples negociante de quadros. 
                       Autor de magníficas obras, hoje reconhecidas mundialmente, não assinou mais do que duas telas: "A Alcoviteira" (1656) e "O Astrônomo" (1668). Existem várias telas atribuídas a ele, mas a autoria é vista como duvidosa, principalmente depois de ter sido falsificado por Van Meegeren no período da Segunda Guerra Mundial.
                       Na Holanda  seiscentista, a pintura de Vermeer é um retrato exteriorizado das coisas, da paisagem e do homem. Sua obra reflete uma realidade vivenciada em simples momentos da vida cotidiana que habilmente transformava em arte.
                       Com a explosão de novas formas e movimentos artísticos, suas telas ficaram na sombra do tempo e foram redescobertas no final do século  XIX por Thoré Buerger. 
                       Entre as obras indiscutíveis estão duas paisagens "A Pequena Rua" e "Vista de Delf",  além de obras do gênero "Mulher na Janela", "Moça Lendo uma carta" e "Mulher Pesando Pérolas" - de genialidade que consubstanciam momentos de beleza sem par; comparado a Raffaello e a Piero della Francesca. 
                        Mestre de harmonia e equilíbrio que exprime em sua obra um valor poético absoluto.  Nunca teve professores e  nem discípulos. 
                       As cenas captadas por Vermeer, repletas de valores espirituais, formam um palatino desnudamento da alma flamenga. Evoca, em suas telas,  os sonhos e as desesperanças, as ligações felizes ou rompidas, as delícias e os tormentos do amor, e se coloca diante dessas tragicomédias como um discreto moralista. 
                       Seus temas, sempre burgueses, são tratados com delicadeza impar, como numa reação às guerras que seu país mantinha com o mar, a Espanha, a França, a Inglaterra, a Suécia e  a Dinamarca.
                        Suas telas  chegam a ter valor sensorial: de uma fruta, de um pão, de uma flor; com um simples olhar prova-se a consistência, sente-se uma impressão tátil, com uma intensidade quase igual àquela com que se vêem a forma e a luz. As nuanças de tom sobre tom, modulam a cor sob a luz em plena claridade e as imagens ganham vida e alma. As suas composições são concebidas em função da luz, projetada explosivamente sobre as partes essenciais e distribuída de modo a realçar  expressão e modelagem. 
                      Alguns críticos  afirmam que ele pretendia, tanto quanto seus compatriotas, propor temas de meditação; os quartos fechados, os interiores pacatos, as mulheres que escrevem, leem, enfeitam-se, ou se absorvem em tarefas domésticas, oferecendo a imagem de uma vida silenciosa, repleta de subentendidos desejos de evasão.  Outros afirmam que o mestre buscava somente uma beleza definida por puros produtos de formas e tons. 
Nicéas Romeo Zanchett 

                        

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