quarta-feira, 5 de julho de 2017

A DEMOCRATIZAÇÃO DA ARTE

Nicéas Romeo Zanchett

A verdadeira arte é aquela criada pela alma  

 Mozart, Bheethoven, Chopin, Straus e tantos outros ícones da música mundial não tiveram CDs para divulgar seus sons universais. Viveram numa época em que só os ricos e poderosos tinham o privilégio de ouvir suas maravilhosas criações e interpretações. 
                 Por falta de registro ninguém sabe exatamente a data do nascimento da música. 
                 O teatro surgiu na Grécia antiga, no século IV a.c. 
                 Shakespeare, Sara Bernard, João Caetano e tantos outros não tiveram DVDs para registrar suas obras. O Palco era seu mundo e os afortunados eram os seus fãs. 
                 Miguel Ângelo, Da Vinci, Rubens e outros gênios da Renascença eram mantidos pela poderosa igreja e também pela rica família dos Médicis.  
                 Quantas obras foram perdidas ou destruídas por ignorância ou preconceitos, ninguém sabe. 
                 O mundo está massificado. É o resultado da explosão demográfica descontrolada do bicho homem. 
                  Nos últimos cinquenta anos evoluímos mais, tecnologicamente falando, do que em toda a história da humanidade. Se foi para o bem ou para o mal só o tempo dirá; ele é o senhor absoluto da razão. 
                  Primeiro foi a televisão, agora é a vez da internet que está mudando radicalmente a vida e os costumes de todos. O futuro é imprevisível, mas chega cada dia mais rápido. 
                  Hoje qualquer pessoa que mora no interior da Amazônia ou nos confins da África pode comprar a reprodução de uma obra de Rodin sem sair de casa. 
                  As artes plásticas, até recentemente confinadas em Museus, coleções particulares e Galerias elitizadas,  estão ganhando o mundo nas asas da Internet. Fico imaginando o que faria Da Vinci com este poderoso instrumento. 
                  Tal como aconteceu com a música e o teatro, as artes plásticas estão sendo democratizadas rapidamente e a Internet tem papel fundamental neste caminho. 
                  O mundo está sedento de cultura artística; os internautas tem acesso a várias formas de arte. Ouvimos muitas críticas à Internet, mas isto é muito natural porque em tudo na vida existe o bem e o mal, dependendo de como usamos cada coisa. 
                   A verdade é que a internet é o instrumento que dispomos para levar esta importante cultura à todos os cantos da terra. 
                  Os artistas que em sua época foram marginalizados, rejeitados, criticados e até vitimados pelo preconceito e incompreensão, hoje são cultuados e admirados. Os impressionistas são um exemplo conhecido por todos; faziam arte por amor, sem nenhuma preocupação com valores monetários ou opiniões preconceituosas de marchands e críticos de arte.  
                 O Museu real continuará sendo o guardião da arte, mas o Museu Virtual é o único que poderá democratizá-la realmente. 
                 A televisão e a internet estão, pouco a pouco, resgatando também a história do teatro. 
                 Vivemos num mundo em que o dinheiro é o grande ditador; e a televisão é uma máquina que gira em função dos lucros que pode obter; é essa a razão da baixa qualidade que assistimos todos os dias; para ela não importa se o artista tem ou não talento, mas se dá audiência é logo alçado ao pedestal; lança um ator ou cantor, muitas vezes medíocre e sem nenhum talento, e 24 horas depois o mundo está aplaudindo sem saber porque, como se fosse um Vitório Gasmam ou um Caruso. 
                 Mário Viegas (1948 x 1996) que tanto lutou pelo Museu do Teatro Brasileiro disse:"A minha vida é o teatro e o teatro é a minha vida". Analisando esta frase fica mais fácil separar o joio do trigo.
Nicéas Romeo Zanchett 

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