quarta-feira, 5 de julho de 2017

OBRAS DE ARTE ORIGINAIS E FALSAS

Nicéas Romeo Zanchett 

               Obra original é aquela cuja autenticidade não existe nenhuma dúvida. 
                Falsos existem e existirão sempre, pois o valor financeiro de uma obra de arte acompanha a sua qualidade tal como a sombra acompanha o corpo que a projeta. 
                Dossena, Batianini, Van Meegeren, foram falsários notáveis, quase geniais. 
                Na atualidade, um dos falsários mais famosos é sem dúvida Edgar Mrugalla. Ele próprio diz que já perdeu a conta de quantos quadros copiou para seus clientes, mas calcula que foram mais de 3.500 obras. 
                 Muitas pessoas adquirem obras falsas sabendo da sua real condição. Estão apenas querendo ter na parede uma obra supostamente famosa para expor aos amigos. Na verdade eles não tem nenhum amor pela arte, mas apenas as usam para provar sua sua boa condição social e financeira. É a velha história de enganar pela aparência e muitas vezes quando esta pessoa morra ou se desfaz de sua obra falsa ela acaba no mercado. 
                  Cálculos estimativos indicam que cerca de metade das obras de arte negociadas no mundo são falsas. Sempre são de pintores muito valorizados. Numerosos Van Gogh,70% dos Chagal, 90% dos Dali. Também pintores como Picasso, Rembrandt, Renoir, Gustav Klint, Machke, são os preferidos dos falsários de nossos dias. 
                 No Brasil também possuímos os nossos falsário; alguns ocupados em parodiar a produção de grandes artistas modernos e contemporâneos, para os quais sabem que existe mercado. Mas não devemos esquecer que esses falsários também são procurados por pessoas inescrupulosas, que geralmente vivem de aparências e precisam mostrarem-se colecionadores ou pelo menos possuidores de obras de arte valiosas. Eles encomendam cópias de determinado artista para serem exibidas em suas paredes para os amigos e visitantes. A quantidade é incalculável. Muitas vezes são passadas à diante e acabam virando caso de polícia. 
                 É preciso ter a noção nítida e precisa do que se entende por falsificador: alguém que, com finalidade dolosa, forja e passa a diante obras de arte. O aluno que, na Academia, executa uma cópia com finalidade de autodisciplinar-se, não é, evidentemente, um falsário, mas um copista.  
                 Os falsos podem ser facilmente desmascarados pelo olho treinado de um especialista e (sobretudo no caso da pintura antiga) por exames físico-químicos de laboratório como, por exemplo, o de carbono 14. 
                  Original, cópia, réplica, obra de atelier, obra no estilo de determinado artista, obra da escola de determinado artista são diferentes noções, que convém ter presentes na fixação do preço, ao passo que o falso constitui uma violação da lei e anula o preço. 
                  No caso particular da gravura, considera-se original aquela produzida por determinado artista e tirada por ele, ou sob seu controle direto. 
Nicéas Romeo Zanchett 

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